O Carnaval é um dos momentos mais aguardados do ano no Brasil. Uma festa de cores, alegria e muita música, onde a liberdade de expressão e a celebração da cultura popular tomam conta das ruas. Mas, apesar do espírito festivo, há um tema que precisa ser reforçado a cada ano: o respeito às mulheres e o combate ao assédio. Foi com essa preocupação em mente que um magistrado decidiu transformar uma mensagem essencial em música, compondo uma marchinha sobre o protocolo “Não é Não”.
A iniciativa tem um significado profundo. O Carnaval, infelizmente, ainda registra altos índices de assédio, e muitas mulheres enfrentam situações desconfortáveis simplesmente por estarem se divertindo. O protocolo “Não é Não” surgiu justamente para reforçar que qualquer abordagem sem consentimento deve ser combatida e que respeitar a decisão do outro é uma regra básica de convivência.
A ideia de transformar essa mensagem em uma marchinha carnavalesca é genial. A música tem um poder incrível de conscientização, especialmente quando está associada a um evento tão popular. No meio da folia, onde tudo parece mais descontraído, é essencial que essa discussão ganhe voz de maneira leve, porém firme. A marchinha traz um tom educativo sem perder a essência do Carnaval, permitindo que a mensagem seja assimilada de forma natural pelos foliões.
Esse tipo de ação mostra como o direito e a cultura podem andar juntos para promover mudanças sociais. A criação de um magistrado reforça que a luta pelo respeito não é apenas uma questão de ativismo, mas uma responsabilidade coletiva. Quando um juiz – alguém que representa a justiça – decide se expressar dessa forma, ele quebra barreiras e alcança um público que talvez não estivesse atento à importância do tema.
O protocolo “Não é Não” já se consolidou como um instrumento de conscientização e combate ao assédio. Muitas cidades adotam campanhas, distribuem adesivos e promovem ações educativas durante o Carnaval. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. O desafio não é apenas criar leis ou campanhas, mas sim transformar a mentalidade coletiva para que todos entendam que a folia só é completa quando há respeito mútuo.
A marchinha do magistrado reforça esse compromisso. Ela coloca o tema em evidência e faz com que a mensagem chegue a mais pessoas, de forma natural e acessível. Em meio aos blocos de rua, aos desfiles e às festas, a música pode se tornar um lembrete importante: curtir o Carnaval é um direito de todos, mas sem ultrapassar os limites do outro.
Esse tipo de iniciativa também demonstra que o combate ao assédio deve ser feito por todos os setores da sociedade. Não basta apenas que movimentos feministas e organizações sociais levantem essa bandeira. É preciso que todos – da justiça à cultura, da educação à segurança pública – se unam para garantir que o Carnaval seja um espaço de celebração saudável para todos.
A marchinha não resolve o problema do assédio sozinha, mas tem o poder de despertar reflexões e provocar mudanças de comportamento. Afinal, se uma mensagem pode ser absorvida de maneira divertida e espontânea, a chance de ela se tornar parte do senso comum aumenta consideravelmente.
Ao transformar o “Não é Não” em música, o magistrado encontrou uma forma eficaz de contribuir para essa luta. Que esse tipo de ação se multiplique e que cada vez mais pessoas entendam que respeito e alegria podem – e devem – andar juntos no Carnaval e em todos os dias do ano.